Com seu inglês impecável, vemos a última entrevista do ex-presidente Barack Obama como um alívio, um reconfortante “at the end of the day, everything will be fine”; ainda que em meio a tantas notícias e acontecimentos que tendem a nos trazer questionamentos sobre o que o futuro nos reserva,
A entrevista concedida ao apresentador Pedro Bial no último dia 16/11/2020 trouxe à tona muitos de seus sentimentos no período em que ocupou o cargo mais importante do mundo por oito anos. Baseada em sua autobiografia publicada, intitulada “Uma terra prometida”, Barack relata como assuntos pelos quais ainda lutamos hoje foram tão determinantes em sua vida e em sua jornada até a presidência dos Estados Unidos. Relatou também como foi crescer sem a presença do pai e rodeado pelas forças femininas em sua criação e posteriormente em sua família, com sua esposa Michelle Obama e suas duas filhas.
O ex-presidente contou como foi ser o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, o quão inspirador essa experiência se tornou para os jovens, não só para os norte-americanos, mas para a juventude mundial. Cita o Brasil e os EUA, dois países que, embora com progressos em diferentes níveis, dividem o mesmo passado de escravidão, discriminação racial e desigualdade que podem ser superadas com inclusão e com a reconstrução da ideia de que somos todos iguais.
Mas Barack ainda não se diz satisfeito com todo seu trabalho realizado e que ainda há muitas vidas a serem tocadas e inspiradas. E que deposita muita fé na geração que está por vir.
Dado o atual momento onde os Democratas retornam à presidência após a passagem de Donald Trump ao poder, seria impossível não entrar no âmbito político e no impacto causado não somente ao povo americano, mas também ao resto do mundo.
Obama reforça em sua entrevista o papel crucial que o Brasil desempenha em nossa jornada para um futuro sustentável e que a cooperação política deve ser indispensável para que os efeitos climáticos sejam amenizados e controlados. Independentemente de partidos ou vieses políticos, os líderes mundiais devem desempenhar um papel conciliador para que o progresso caminhe ao lado e não contra a sustentabilidade de nosso planeta.
Nas palavras do próprio Barack, dotado de uma oratória que nos faz entender porque se tornou escritor e sua visão clara, realista, mas ainda assim otimista do futuro, ele é do tipo “who sees the glass half full” (que vê a metade cheia do copo) e entende que a inclusão é o próximo passo para termos todo potencial humano em busca do desenvolvimento conjunto. Sua personalidade forte e otimista, contagia todos os seus interlocutores e desperta em nós o mesmo sentimento que o inspira: a vontade de mudar o mundo e tocar os corações.
Assista a entrevista na íntegra: https://youtu.be/DPlOX1L-sIY